Saúde investiga 3.670 casos suspeitos de microcefalia no país
Estão sendo investigados todos os casos de microcefalia e outras
alterações do sistema nervoso central, inclusive a possível relação com o
vírus Zika e outras infecções congênitas
O Ministério da Saúde e os estados
investigam 3.670 casos suspeitos de microcefalia em todo o país. Isso
representa 76,7% dos casos notificados. O novo boletim divulgado nesta
quarta-feira (2) aponta, também, que 404 casos já tiveram confirmação de
microcefalia e/ou outras alterações do sistema nervoso central, sendo
que 17 com relação ao vírus Zika. Outros 709 casos notificados já foram
descartados. Ao todo, 4.783 casos suspeitos de microcefalia foram
registrados até 30 de janeiro.
Os novos números demonstram
aumento dos casos já classificados como confirmados e descartados nesta
última semana, se comparado a semanas anteriores. O crescimento dos
casos investigados e classificados foi de 52%, com relação ao boletim do
dia 23 de janeiro. Eram 732 na semana anterior, passando para os atuais
1.113.
No total, foram notificados 76
óbitos por microcefalia e/ou alteração do sistema nervoso central após o
parto (natimorto) ou durante a gestação (abortamento espontâneo).
Destes, 15 foram investigados e confirmados para microcefalia e/ou
alteração do sistema nervoso central, sendo que cinco tiveram
identificação do vírus Zika no tecido fetal. Outros 56 continuam em
investigação e cinco já foram descartados.
Cabe esclarecer que o Ministério
da Saúde está investigando todos os casos de microcefalia e outras
alterações do sistema nervoso central, informados pelos estados e a
possível relação com o vírus Zika e outras infecções congênitas. A
microcefalia pode ter como causa diversos agentes infecciosos além do
Zika, como Sífilis, Toxoplasmose, Outros Agentes Infecciosos, Rubéola,
Citomegalovírus e Herpes Viral.
De acordo o informe, os 404 casos
confirmados, desde o início das investigações no dia 22 de outubro do
ano passado – foram registrados em 156 municípios de nove estados
brasileiros: Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio
Grande do Norte, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. A região Nordeste
concentra 98% dos municípios com casos confirmados, sendo que Pernambuco
continua com o maior número de municípios com casos confirmados (56),
seguido dos estados do Rio Grande do Norte (31), Paraíba (24), Bahia
(23), Alagoas (10), Piauí (6), Ceará (3), Rio de Janeiro (2) e Rio
Grande do Sul (1).
Até o momento, estão com
circulação autóctone do vírus Zika 22 unidades da federação. São elas:
Goiás, Minas Gerais, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Roraima,
Amazonas, Pará, Rondônia, Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, Piauí,
Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Bahia,
Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná.
ORIENTAÇÃO- O
Ministério da Saúde orienta as gestantes adotarem medidas que possam
reduzir a presença do mosquito Aedes aegypti, com a eliminação de
criadouros, e proteger-se da exposição de mosquitos, como manter portas e
janelas fechadas ou teladas, usar calça e camisa de manga comprida e
utilizar repelentes permitidos para gestantes.
ZIKA – O
Ministério da Saúde irá anunciar nas próximas semanas a notificação
compulsória dos casos identificados como infecção pelo vírus Zika no
Brasil. Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) não contabiliza o
número de casos de infecções pelo Zika. Atualmente, o acompanhamento é
feito pelo sistema de vigilância sentinela para monitorar a circulação
do vírus e prestar apoio às medidas de prevenção à doença.
OMS – A
Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou ontem Emergência de Saúde
Pública de importância internacional (ESPII) por vírus Zika e sua
possível associação com a microcefalia e síndromes neurológicas. A
decisão foi recomendada pelo Comitê de Emergência da OMS à presidente da
organização, Margaret Chan, com base nas informações técnicas de
entendimento do vírus Zika repassada pelo Brasil, França, Estados Unidos
e El Salvador.
A emergência de saúde pública de
importância internacional é um evento extraordinário que exige uma
resposta coordenada. Este reconhecimento internacional deve facilitar a
busca parcerias em todo o mundo, reunindo esforços de governos e
especialistas para enfrentar a situação.
O Brasil tem sido um protagonista
no manejo do aumento de casos de microcefalia. Quando decretou Situação
de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional, sinalizamos à
OMS da possiblidade de um evento de importância internacional e, desde
então, colocamo-nos à disposição da organização para esclarecimentos e
fornecimento de materiais técnicos.
Nas recomendações da OMS não há
restrição de viagens ou comércio com países, regiões e/ou territórios
com a transmissão do vírus Zika. Recomenda-se que as pessoas que venham a
viajar para áreas com transmissão do vírus Zika tomem medidas adequadas
para evitar picadas de mosquito. No Brasil, a recomendação do
Ministério da Saúde é para que a população, principalmente mulheres
grávidas e em idade fértil, tomem medidas simples que possam evitar o
contato com o Aedes aegypti, como utilizar repelentes, proteger-se da
exposição de mosquitos, manter portas e janelas fechadas ou teladas e
usar calça e camisa de manga comprida.
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